| 26/05/2003 10h58min
Um dia após a aprovação do plano de paz pelo gabinete do premiê israelense Ariel Sharon, o ministro da Defesa de Israel, Shaul Mofaz, manifestou dúvidas nesta segunda, dia 26, sobre o sucesso do tratado que propõe a criação de um Estado palestino, apoiado pelos Estados Unidos, União Européia, Nações Unidas e Rússia.
Entre a população o pessimismo não parece ser unanimidade. Uma pesquisa de opinião, feita pelo jornal Yedioth Ahronoth – o maior de Israel – mostrou que 51% dos israelenses ouvidos não acreditam que o plano levará à paz permanente e 43% acham que um acordo pacífico com os palestinos será realizado.
– Estamos dizendo sim ao processo, mesmo que as chances não sejam necessariamente altas, certamente não com o período que passou desde que o governo de Abu Mazen foi estabelecido – disse Mofaz, que está na Turquia, à rádio militar israelense.
Israel hesitou durante semanas antes de aceitar o "mapa para a paz'', exigindo que o primeiro-ministro palestino, Mahmoud Abbas, também conhecido como Abu Mazen, atuasse contra os militantes. O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, no entanto, sofreu forte pressão dos EUA pela aprovação da proposta de paz e ao pedido pelo estabelecimento de um Estado palestino até 2005.
A decisão foi acompanhada pela reafirmação das reservas de Israel ao plano e a rejeição de qualquer direito de retorno de refugiados palestinos a Israel. Os palestinos aceitaram o plano, que agora enfrenta o teste da implementação. Após a aprovação do plano, Sharon afirmou que "não foi uma decisão feliz''.
– Teremos de fazer concessões dolorosas, e se o processo fizer progresso nós as faremos – confessou o primeiro-ministro a simpatizantes em Jerusalém.
Entretanto, o premiê frisou que na segurança de Israel e de seus cidadãos não haverá concessões. Alguns comentaristas políticos disseram que Sharon fez uma movimentação tática com a aprovação do plano, apostando no fracasso de Abbas em desarmar e deter militantes.
As informações são da agência Reuters.
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